Encontro de núcleos filiados da SBEE será nos dias 14 e 15 de setembro
Maior compartilhamento de informações e diálogo entre a realidade de cada núcleo e a mensagem contemporânea espírita serão priorizados no evento deste ano
“O Plenum Cósmico e a dinâmica não linear dos sistemas vivos” é o tema do Encontro de Núcleos Filiados (ENUF) da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas (SBEE) deste ano. O evento será realizado na sede da SBEE, nos dias 14 e 15 de setembro – próximos sábado e domingo. Esta edição conta com uma significativa ampliação dos momentos de diálogo e interação com os participantes e de orientações práticas em relação ao atendimento ao público realizado em cada centro. O intuito dessa aproximação com os participantes é transformar cada vez mais o encontro em um espaço de compartilhamento, e não apenas de repasse ou atualização de informações.
A discussão sobre os conceitos “plenum cósmico” e “dinâmica não linear dos sistemas vivos” busca atualizar e revitalizar a cultura espírita. O tema deste ano ainda dá continuidade ao diálogo sobre o Código Básico do Universo – que foi o tema do ENUF de 2018.
O coordenador do ENUF, Eder Puchalski, avalia e pondera que o debate em torno do plenum cósmico e a dinâmica não linear dos sistemas vivos é necessário, embora tratem-se de assuntos complexos. “São temas extremamente contemporâneos e é óbvio que ainda não conseguimos compreendê-los totalmente. O diálogo não é só necessário, como também é importante para destravar o tema e formar mentalidade”, ressalta.
O presidente da SBEE, Maury Rodrigues da Cruz, avalia que o tema deste ano é extremamente importante porque propõe o rompimento com o mecanicismo, que impede que as transformações continuem ocorrendo por meio da Doutrina Espírita. “Os conferencistas, aqueles que vão trazer a mensagem, tentarão decodificar a mensagem da melhor maneira possível para que os nossos núcleos estejam em prontidão para um trabalho construtivo, que nesse momento representa reagir contra o mecanicismo, horrível, que não tem feito outra coisa senão criar um congelamento, impedindo grandes transformações”, afirma o professor.
Transformando informação em conhecimento
Cada centro espírita vinculado à SBEE tem autonomia. A convergência pela sintonia no compromisso com a prática do mediunato espírita une e consequentemente compõe essa rede de 27 núcleos filiados, distribuídos em todo Brasil, por oito Estados brasileiros e Distrito Federal.
Respeitando a essencialidade dessa autonomia, os organizadores do ENUF estão buscando cada vez mais aproximar a informação tratada de forma a articulá-la com a realidade de cada núcleo e buscando uma unidade da mensagem construída na SBEE. Assim pretende-se alcançar o objetivo principal que é transformar a informação em conhecimento.
Com essa visão, o ENUF 2019 reduziu o tempo de apresentação teórica da mensagem e ampliou o espaço de diálogo e atividades práticas. Após a realização de cada palestra, o programa prevê 30 minutos de diálogo e questionamento sobre o tema tratado. Além disso, também foi reservado um espaço de uma hora para que os participantes contem sobre questões emergentes do núcleo, compartilhando dúvidas, desafios e perspectivas, para, em sequência, poder articular com a realidade de cada centro a mensagem contemporânea trabalhada pelos espíritos e agentes mediúnicos na SBEE.
Além do diálogo, a agenda do ENUF 2019 prevê a realização de uma hora e meia de orientação prática sobre o ‘mosaico terapêutico’, trabalhado na SBEE pelo espírito orientador Leocádio José Correia. A proposta já é um resultado dessa abertura para promover mais equilíbrio entre os momentos de teoria e prática, pois foi ampliada conforme solicitação dos próprios núcleos. Inclusive, em razão das solicitações recebidas, foi incluída também uma conversa a respeito do ‘gabinete filosófico’, outra atividade realizada na SBEE com o objetivo de orientação ao público.
“São os espíritas que fazem a sustentação do Espiritismo”, afirma Eder. E por isso todo esse cuidado com a participação ativa de cada centro. Isso para que a realidade e o contexto de cada um sempre sejam levados em conta, e o diálogo permaneça vivo. Nesse sentido, Eder atenta a uma responsabilidade essencial de cada núcleo espírita, que é de manter o esforço de atualização, mas sem nunca se distanciar do contexto em que está inserido.
Maury, fazendo referência novamente ao mecanicismo, também lembra da importância de todos os espíritas nessa composição do Espiritismo e do funcionamento dos centros espíritas. “Nós não somos máquinas, somos filhos humanos pensantes, reagentes, emotivos, que esperamos grandes transformações no mundo”, afirma o professor. Segundo Maury, os médiuns e dirigentes dos núcleos, cientes da responsabilidade dessa transmissão da mensagem espírita, com esses encontros vão gradualmente compreendendo que “devem aumentar a massa crítica, prosperar num nível de inteligência e de construção humana. No encontro, todos nós fazemos a exposição das nossas ideias e, consequentemente, vamos solidificando um arcabouço de uma nova linguagem espírita que tenha essa linha de atuação de ciência, filosofia e religião”, afirma ele.