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Nicette Bruno há de continuar brilhando

Nicette Bruno, atriz, pianista, mãe, amiga, voluntária em causas sociais, religiosa de fé serena e profunda, espírito corajoso, alegre e bondoso que fez da Terra um lugar mais feliz.

O amor é luz que não se apaga

Ela que transitava entre a fantasia e a realidade, soube encontrar a verdade, pois soube construí-la. A data de 07 de janeiro (aniversário de Nicette) guarda essa história, esse conhecimento, esse sentimento. É história de amor. E o amor é luz que não se apaga.

Nicette Bruno, atriz, pianista, mãe, amiga, voluntária em causas sociais, religiosa de fé serena e profunda, espírito corajoso, alegre e bondoso que fez da Terra um lugar mais feliz.

Espírito ativo e forte, tem em sua história números que por si só dizem muito: 87 anos de idade, 3 filhos, 53 peças de teatro, 63 trabalhos na televisão, 11 filmes, 16 prêmios na área de dramaturgia, mas impossível é determinar a quantidade de vidas impactadas pela presença de Nicette.

Com honra e gratidão, a Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas reconhece todo trabalho construído. Com amor, sua memória está guardada. E com fé, sua presença e sua prontidão em buscar e fazer o bem continuam sendo sentidas.

Um encontro transformador
Na década de 1960, Nicette Bruno e Paulo Goulart conheceram o professor Maury Rodrigues da Cruz. Ela, que já conhecia o Espiritismo por ouvir desde pequena histórias do médico espírita Bezerra de Menezes, além de também já ter um forte interesse em ações sociais, educação e fé, que logo a fez assumir em sua vida a missão do trabalho fraterno espírita.

O envolvimento com a Doutrina Espírita reforçou o compromisso de Nicette com as causas sociais, construindo com fé e responsabilidade um sentido crítico de caridade, que envolve compromisso de amor, dedicação e estudo, significando uma nova forma de viver.

Entre 1962 e 1968 Nicette e Paulo residiam em Curitiba – PR. E, nessa mesma época, iniciaram estudos sobre a Doutrina Espírita na Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas (SBEE). Foi o começo de uma longa história de trabalho. Mais tarde, Nicette se tornou vice-presidente da SBEE, e também presidiu por duas gestões a Casa da Fraternidade, em São Paulo – SP (núcleo filiado à SBEE).

Vidas marcadas pelo bem

O médium fundador da SBEE, o professor Maury Rodrigues da Cruz, o presidente da Casa da Fraternidade, Antonio Beline e voluntários do núcleo de São Paulo – SP, homenageiam Nicette. Confira abaixo os depoimentos:

“Nicette é sempre uma lembrança extraordinária na minha vida pelo seu caráter, sua firmeza, sua dignidade moral. E sua absoluta convicção no sentido de eternidade, vinculada à Doutrina dos Espíritos.

Conheci Nicette quando estava morando aqui em Curitiba. Então, faz mais de 50 anos. Somos amigos. Nicette começou a frequentar a SBEE, fez os exercícios mediúnicos, aprendeu o processo doutrinário e imediatamente se colocou à frente dos nossos trabalhos. E quando viajou para São Paulo, lá montou um agrupamento espírita que depois se associou ao de Dona Candinha (Casa da Fraternidade) e lá ajudou a reconstruir a casa da Fraternidade, foi presidente da Casa da Fraternidade e viveu sempre em um grande trabalho e processo de ajuda ao próximo de dignificação da pessoa, de educação.

Nicette é sempre uma presença, uma lembrança e na memória daquilo que representa equilíbrio, paz e tranquilidade. Espero que Nicette, que transpôs a vida terrena para a espiritual imediatamente receba tudo aquilo que ela merece. E o que ela merece é o bem, a luz, a compreensão, a dignidade. Ela pode ter certeza de que estarei sempre no meu coração e espírito aberto como amigo sincero, como alguém que a quer muito bem, que essa data que se comemoraria o aniversário de vida terrena de Nicette seja realmente por todos aqueles que a conheceram de lembrança para que seu espírito receba mais luz, possa compreender a sua missão. E tenho certeza que assim o fará, porque Nicette é muito forte, muito preparada e muito disposta a se adaptar. Que tudo de bom possa acontecer espiritualmente à Nicette. Que assim seja.”

Professor Maury Rodrigues da Cruz, amigo de Nicette
Médium fundador da Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas

“Em 09 de abril de 1978 (primeiro dia que estive na Casa da Fraternidade), passei por consulta com o Irmão Jaime, espírito que atendia através da Nicette. Após esse dia, permaneci na casa, acreditando e abraçando de vez a Doutrina dos Espíritos. O aprendizado extenso e intenso, e a incansável Nicette sempre nos orientando para o bem, para a promoção do ser humano. Palavras inesquecíveis como amor, fé e esperança em melhores dias foi sem dúvida o tônico para a modificação do meu ser, me tornando mais confiante e liberto. Fui privilegiado por ter encontrado esse ser maravilhoso que por todo esse tempo ficamos engajados na seara do bem! Resta-me, orar para esse espírito, que com certeza está muito bem. E, que ela saiba que a carga de saudade é enorme.
Gratidão, Deus o abençoe!”

Antônio Beline. Presidente atual da Casa da Fraternidade (núcleo espírita da SBEE em São Paulo – SP)

“Meu nome é Antonio Fitipaldi, tenho 75 anos de idade e estou na Casa da Fraternidade aproximadamente há 50 anos. No primeiro contato com o Irmão Jaime, mentor espiritual da irmã (NIcette), comentei que minha irmã caçula estava com câncer, e ele com tranquilidade me disse para entender que a matéria não suportaria mais a doença, que ficaria apenas a saudade. A resposta foi tão suave que dali em diante fiquei mais conformado.
A Irmã Dona Nicette, como presidente da Casa da Fraternidade, em sua participação foi excelente, fazendo com que a casa crescesse muito espiritualmente, com aumento significativo de público. GRATIDÃO por tudo o que ela nos deixou como herança.”

Antonio Fitipaldi. Participante da Casa da Fraternidade (núcleo espírita da SBEE em São Paulo – SP)

“Conheci Nicette Bruno em 1976. Em um primeiro momento senti uma empatia muito grande por ela, percebi que era uma pessoa forte, convicta de sua força e seus olhos emanava uma alegria muito grande. Com o tempo nos tornamos grandes amigas, trabalhamos juntos no social da Casa da Fraternidade. Ela se doava de corpo e alma a todas as pessoas que nos procuravam, tratando-os com muito carinho e respeito.
Nós estávamos sempre juntas em reuniões que aconteciam nas escolas, em creches e em todos os lugares no qual havia necessidade de colocarmos algo de bom e positivo.

Nós duas fomos até o Governador, que na época era Fleury (1990), e conversamos com ele e a esposa para organizarmos uma campanha de doação de alimentos, roupas e objetos para ajudar no Natal, um dos muitos Natais da Casa da Fraternidade que fizemos juntas.
Com Nicette e Dirceu, iniciamos o atendimento aos portadores de HIV, com cestas básicas, itens de higiene, atenção, carinho e ouvidos para escutá-los. Era uma época na qual ninguém mais se importava com eles, quando o preconceito falava mais alto que o ser humano.

Nicette era uma pessoa muito sábia. Valorizava as pessoas com palavras, com carinho, com muito amor pelo próximo. Ela foi a minha companheira de todas as horas na Fraternidade. Aprendi muito com ela e devo muito do que sou a ela.

Minha eterna gratidão por tudo o que aprendi com a Nicette. Eu tinha um carinho especial por ela. Nós duas somos amigas de jornada, e durante o período em que ela presidiu a casa estávamos sempre juntas, rindo e chorando como irmãs que fomos e seremos sempre.
Só tenho que agradecer muito a ela, por tudo que aprendi e por nossos momentos juntas. Nicette foi uma grande amiga e que sua luz, suas palavras estarão para sempre em meu coração.”

Wanda Galakan. Coordenadora dos Trabalhos de Atendimento ao Público da Casa da Fraternidade (núcleo espírita da SBEE em São Paulo – SP)

Passagem na Terra
Nicete Xavier Miessa, conhecida por seu nome artístico Nicette Bruno. Filha única de Sinésio Campos Xavier e de Eleonor Bruno. Esposa de Paulo Goulart. Mãe de Beth Goulart, Bárbara Bruno e Paulo Goulart Filho. Nasceu em Niterói – RJ, em 7 de janeiro de 1933; e desencarnou no Rio de Janeiro – RJ, em 20 de dezembro de 2020.